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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu, nesta quarta-feira (21/8), um alerta vermelho de onda de calor até 18h da próxima sexta-feira (23/8). Com isso, as temperaturas podem ficar até 5°C acima da média.
O alerta vermelho significa “grande perigo” e é o mais grave na escala do Inmet, que tem três estágios. A onda de calor já estava atuando no Brasil desde a semana passada, e a última sinalização do instituto significa um agravamento da situação.
Os estados que terão áreas afetadas pelo calor intenso são: Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.
Mesmo com um alerta de menor gravidade, regiões do Brasil já vinham enfrentando temperaturas críticas e umidades baixas semelhantes às de deserto. Houve máximas acima dos 40°C e umidade com mínima de 7%, em Cuiabá, por exemplo. Nesta quarta, a localidade teve máxima de 39,6°C e umidade de 10%.
A previsão para Cuiabá na quinta-feira (22/8) é de máxima de 41°C. Mesmo na madrugada, o calor estará presente, a mínima prevista é de 28°C. Araguatins no Tocantins também é uma das localidades que enfrentarão calor, com 38°C. A região Norte de São Paulo terá temperaturas elevadas com a onda de calor. O município de Colina tem máxima prevista de 34°C.
A onda de calor que atua no momento é provocada por uma massa de ar seco que se estabiliza no Centro do Brasil. Ela também provoca umidade relativa do ar baixa. Por esse motivo, o Inmet emitiu um alerta para o índice que vale até às 19h. A previsão é que as mínimas fiquem de 20% a 30%. No entanto, estações meteorológicas já apuraram índices abaixo disso, como aconteceu em Amambaí (MS), onde o índice ficou em 9%.
O calor e a baixa umidade contribuem para a ocorrência das queimadas. No Pantanal, de 1º de janeiro até 20 de agosto de 2023, houve 378 registros. No mesmo período deste ano, houve 7.862 focos de calor, o que representa aumento de 1.979%. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O Cerrado, bioma vizinho do Pantanal e afetado pela onda de calor, teve 28.650 queimadas neste ano, o que significa um incremento de 29% no comparativo com igual período de 2023, quando foram 22.119 registros.
Embora a Amazônia não esteja na porção afetada pela onda de calor, parte dela está sob o efeito da baixa umidade relativa do ar, onde também há aumento das queimadas. O bioma teve 43.191 incêndios até a última terça. No mesmo período de 2023, houve 25.546 registros do tipo. Na comparação dos dados dos dois períodos, significa um aumento de 83% neste ano. Em decorrência do fogo na Amazônia, um grande volume de fumaça tem circulado no país e já afeta 10 estados. O fenômeno deve seguir até o fim da semana.
A diminuição de chuvas, que contribui para a baixa umidade, fez o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendar, para a partir de outubro, o acionamento das termelétricas, a fim de garantir o abastecimento de eletricidade no país. O motivo é a baixa nos volumes de reservatórios hidrelétricos.