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A reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em caráter de emergência, nesta quarta-feira (2/10), foi palco de troca de acusações entre países. O encontro tinha como objetivo buscar uma solução para o conflito entre Israel e Irã, mas os fatos que se seguiram evidenciaram o acirramento da situação.
A contenda entre Israel e Irã aconteceu após os israelenses atacarem o Hezbollah em território libanês. Nesta quarta (madrugada de quinta no Líbano), Israel realizou novos ataques dentro do Líbano com o uso de mísseis balísticos.
Repórteres da agência Reuters e da BBC no Líbano relataram que nas primeiras horas de quinta-feira (3/10), pelo horário local, uma nova explosão de grandes proporções no centro da capital, Beirute. O jornal The Guardian divulgou que um centro médico, que seria ligado ao Hezbollah, teria sido o alvo da ação.
Ao menos cinco pessoas morreram e 11 ficaram feridas. A informação é do Ministério da Saúde do país. De acordo com a pasta, nas últimas 24 horas morreram 46 pessoas e há 85 feridas. O estado de Israel também divulgou a morte de oito soldados israelenses, ocorridas na quarta, no Líbano.
Mais cedo, na ONU, houve trocas de ameaças entre as nações envolvidas no conflito e também por parte de apoiadores.
Os Estados Unidos reforçaram seu apoio a Israel. “O regime iraniano será responsabilizado por suas ações. E advertimos fortemente o Irã – e seus intermediários – a não agir contra os Estados Unidos ou realizar novos ataques contra Israel”, ameaçou a embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield.
O embaixador de Israel, Danny Danon, também foi direto. “Nós vamos agir. Eu posso assegurar a vocês que as consequências que o Irã enfrentará por suas ações serão muito maiores do que ele jamais imaginaria.”
Os iranianos não deixaram por menos. “O Irã está totalmente preparado para, se necessário, tomar medidas defensivas adicionais de modo a proteger seus interesses legítimos e defender sua integridade territorial e soberania”, frisou o representante do país, Amir Saied Iravani.
O embaixador do Líbano, Nuhad Mahmud, usou o espaço na ONU para criticar a ofensiva de Israel sobre o país. “Crianças no sul de Beirute estão dormindo nas ruas. Isso não pode mais ser tolerado.”
Diante do contexto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez alertas sobre o perigo da escalada de violência. Para ele, a situação no Oriente Médio está “prestes a se tornar um inferno”.
“O ciclo de violência está levando o povo do Oriente Médio direto para o precipício”, destacou Guterres.
A União Europeia condenou o ataque feito pelo Irã contra Israel. “Condeno veementemente o ataque de mísseis balísticos lançado ontem (terça) pelo Irã contra Israel. Tais ações ameaçam a estabilidade regional e aumentam as tensões em uma situação já extremamente volátil”, disse em comunicado a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A ofensiva de Israel contra o Hezbollah, no Líbano, já resultou em mais de mil mortes em 10 dias. Os dados são do Ministério da Saúde libanês.
A estimativa da ONU é de que mais de 1,7 mil pessoas foram assassinadas no Líbano desde 8 de outubro do último ano, quando Israel e Hezbollah começaram a trocar agressões na fronteira. O número de vidas que foram obrigadas a deixar as próprias casas equivale a 346 mil, conforme a organização.