Na próxima segunda-feira (19), 465 mil estudantes e mais de 62 mil servidores retornam às 828 unidades escolares da rede pública para o início de mais um semestre letivo. Para além da preparação habitual, este ano o governo adotou medidas especiais para a volta às aulas devido ao aumento do número de casos de dengue no Distrito Federal. Entre as ações estão a inspeção das escolas e o fornecimento de material pedagógico de conscientização sobre a doença e a importância da vacinação.
“Estamos todos contra a dengue, e todos significam o GDF e mais especificamente agora a Educação, porque temos um grande quantitativo de pessoas retornando às escolas na segunda-feira. Então é importante que essa ação ocorra exatamente para combatermos a dengue e fazermos um trabalho de base com os estudantes, porque eles têm capacidade de assimilar e levar o conhecimento para casa”, afirma a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.
Todas as escolas serão vistoriadas pelos agentes de Vigilância Ambiental, bombeiros e militares do Exército. O objetivo é evitar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti dentro do ambiente escolar. Até esta quinta-feira (15), 90 unidades já haviam sido visitadas em Ceilândia e São Sebastião. O serviço de inspeção segue até o final de março.
“Queremos que nenhuma escola tenha criadouro do mosquito, porque é o local onde os alunos passam a maior parte do tempo deles. Nós não vamos permitir isso. Também queremos que esses estudantes possam ir para casa e ter esse olhar de observar onde um ovo pode eclodir para evitar”, destaca a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.
O fumacê para aplicação do inseticida ultrabaixo volume (UBV) nas escolas também está mobilizado para que seja utilizado no período noturno. As duas pastas ainda atuam em conjunto com o governo federal para que a imunização dos jovens contra a dengue – atualmente estão sendo vacinadas as crianças de 10 e 11 anos – possa se estender para as escolas, a exemplo do que ocorreu durante a pandemia de covid-19.
“Nós precisamos aumentar a nossa cobertura, o que só vai acontecer se estivermos em sintonia. A dengue é uma doença infecciosa transversal”, completa a secretária de Saúde.
Dentro da sala de aula
Outra medida foi a intensificação das ações do programa Saúde na Escola, uma política intersetorial das pastas de Saúde e de Educação para promover saúde e educação integrais, fortalecer as ações de enfrentamento de vulnerabilidades e ampliar o acesso aos serviços de saúde.
“Já trabalhamos com esse programa fazendo prevenção junto aos alunos, mas nós pedimos à professora Hélvia que dentro da grade escolar se tenha um momento pedagógico para falar da dengue e da importância da vacinação”, informa Lucilene Florêncio.
Neste semestre, o tema da dengue vai permear o conteúdo pedagógico. A Secretaria de Educação, sob supervisão da Saúde, preparou um material voltado para os professores que está disponível no site da pasta. Entre os conteúdos, estão a lista de checagem para a realização de vistorias semanais com os alunos na escola e nos arredores. um boletim informativo que traz informações sobre o ciclo da doença e sugestões de atividades lúdicas sobre o tema.
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“Cada professor vai ter a possibilidade de trabalhar o conteúdo por meio do material que já temos no nosso site, que foi construído ouvindo a Saúde e a Vigilância Ambiental, mas eles também poderão construir seus próprios programas para que o aluno abrace essa causa”, detalha a secretária de Educação.
No Centro de Ensino Fundamental CEF 03 de Brasília, a temática tem rondado a preparação para o retorno às aulas. Segundo a diretora Belmaria Teles, a escola passou por uma limpeza geral, e os professores e a direção se prepararam para abordar o tema dentro de sala de aula. “Estamos trabalhando muito para deixar o ambiente escolar favorável e também na conscientização do aluno, principalmente para que ele possa reproduzir isso na sua família, na sua casa, junto aos professores e em toda a comunidade escolar”, diz.
A professora de ciências do CEF 03 de Brasília, Ana Carolina Seixas, tem a ideia de levar o combate à dengue para a feira de ciências deste ano. “A minha disciplina trabalha diretamente com essas questões de saneamento às quais a dengue está relacionada. Busco trabalhar isso com os alunos em sala de aula de maneira interdisciplinar ou transdisciplinar. Junto ao conteúdo fixo vamos incorporando as questões do dia a dia”, conta.