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As aulas para 470 mil estudantes das escolas públicas do Distrito Federal voltam nesta segunda-feira (19/02). Além da preocupação com provas e trabalhos, os alunos retornam atentos à epidemia de dengue que a assola a capita do país.
Embora a Secretaria de Educação tenha realizado mutirão de limpeza nos estabelecimentos educacionais, pais cobram que a pasta ofereça nas unidades repelentes e que elas também sirvam como pontos de vacinação contra a doença.
Os irmãos Cauã Rodrigues Grigati, de 12 anos, e Evellyn Rodrigues Grigati, 14, filhos da advogada Zulete das Graças Grigati Rodrigues, 45, voltarão para as aulas no CEF 1 do Riacho Fundo 2, uma unidade de gestão compartilhada. Como mãe, Zukete está apreensiva diante dos números da doença.
“Mas se a gente faz a nossa parte e a escola faz a dela, acredito que a volta às aulas dará certo. No caso da Covid, tivemos o uso da máscara e vacinação. De mesma forma pode ser feito com a dengue, com a oferta de repelente, orientação e pontos de vacinação dentro das escolas”, sugeriu.
Atualmente, a campanha de vacinação pública é exclusiva para as crianças de 10 a 11 anos. São duas doses, com intervalo de 90 dias. Por isso, Cauã e Evellyn ainda não puderam se imunizar. Para Zulete, a imunização deveria ser ampliada para outras faixas etárias o mais rapidamente possível.
O repelente passará a fazer parte do material escolar de Miguel Coelho Costa Cruzmaltes, 9, aluno da Escola Classe 411 Norte. A mãe do menino, a corretora Gabrielle Costa da Silva, 37, também defende a disposição de repelentes químicos e elétricos nas salas de aula.
“Está tudo bem. Na idade dele ele já tem a vacina e estou tranquila, mas deveria ter nas escolas, sim, porque nem toda família tem condição de comprar. Isso seria ótimo e aumentaria a segurança das crianças”, comentou.
O presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF), Alexandre Veloso, considera que a oferta de repelentes dentro das escolas seria uma medida pertinente. “Vacinação nas escolas é interessante, facilitaria, mas apenas com a ciência e a autorização dos pais”, afirmou.
Quantidade de matrículas do ensino regular da rede pública de ensino
2021: 480.402
2022: 475.715
2023: 464.977
2024: 470 mil (Destaca-se que os números de 2024 são baseados no planejamento realizado ao final do ano de 2023. O número final de estudantes matriculados será aferido após o 31° dia de aula).
Além dos cuidados contra a dengue, segundo Veloso, as famílias esperam não haver casos de salas de superlotadas e problemas com transporte e merenda. Outra medida esperada é a adoção de um plano para reforço e recuperação dos alunos com defasagem escolar.
A rede pública de educação tem 700 escolas ativas. Ao se incluir as unidades conveniadas, o total vai para 835. Além disso, existem 46 unidades com obras em andamento. Inicialmente, 72.338 estudantes estão cadastrados para serem transportados. O serviço de transporte escolar conta com 946 veículos.
A rede pública tem aproximadamente 34 mil professores, dentre efetivos e temporários. Segundo pesquisa no Portal da Transparência, aproximadamente 10 mil educadores são concursados do quadro efetivo, enquanto cerca de 14 mil são temporários.
Em entrevista ao Metrópoles, a secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, afirmou que pretende nomear 3.224 mil servidores para as salas de aula. O quantitativo corresponde aos aprovados no último concurso e que estão no cadastro reserva.
Para o diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) Samuel Fernandes, o ano letivo de 2024 deve ter falta de escolas e salas de aula superlotadas em função das unidades com obras em andamento e não entregues na data prevista. O educador ainda ressaltou o problema da falta de professores efetivos.
Veja:
Segundo a Secretaria de Educação, a rede pública está mobilizada para garantir a prevenção e o controle do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue. Diversas ações foram definidas em parceria com a pasta da Saúde. A comunidade escolar receberá orientações e atualizações sobre as medidas necessárias para enfrentar a epidemia.
As Coordenações Regionais de Ensino farão a limpeza das caixas d´água, descarte de lixo, cronograma de roçagem, limpeza de caixa de gordura e limpeza de calhas. A limpeza das escolas seguirá o protocolo de prevenção à proliferação do mosquito.
Todas as escolas serão vistoriadas pela Vigilância Ambiental, bombeiros e militares do Exército. O objetivo é evitar possíveis focos do Aedes aegypti. Até quinta-feira (15/02), 90 unidades haviam sido visitadas em Ceilândia e São Sebastião. A inspeção segue até o final de março.
No período noturno, o fumacê para aplicação do inseticida ultrabaixo volume (UBV) passará pelas escolas. Neste semestre, o tema da dengue vai permear o conteúdo pedagógico oferecido em sala de aula.
A previsão para o orçamento da rede pública de ensino do DF em 2024 é de R$ 11.735.937.804,00. Esse montante se distribui da seguinte maneira: R$ 2.702.260.999,00 provenientes do FUNDEB, R$ 3.533.676.805,00 da Secretaria de Educação e R$ 5.500.000.000,00 provenientes do Fundo Constitucional.