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Foto: Celso da Luz/Criciúma EC
O único candango vivo na Copa do Brasil, pelo calendário, entra em campo nesta quinta-feira (14), com transmissão da Número 1 em Esportes a partir das 18h30. A bola rola a partir das 19h, em mais um duro desafio de um clube da capital federal ante um time da Série A do Campeonato Brasileiro, uma vez que o Real Brasília caiu na última quarta-feira (6), por 3 x 1, para o Atlético-GO.
Para este encontro de clubes amarelos, a EB foi atrás de saber como anda o Tigre, baixo vários aspectos, antes do encontro com o Jacaré. O bate-papo com o narrador da Rádio Eldorado, Janniter de Cordes, esclarece aspectos da atualidade do Carvoeiro e do futebol catarinense na prévia do duelo com o Ense.
Após uma década longe da Série A, os percalços não cessaram em aparecer para os sulistas. “Quando o Criciúma caiu em 2014, a gestão passou por muita dificuldade dali por diante. Saiu o Antenor Angeloni e veio o Jaime Dal Farra, que não foi boa. Tanto que o clube acabou caindo para a Série C. Na saída dele, assumiu o Anselmo Freitas, que é um empresário da cidade mas está sempre ligado ao Criciúma e é um apaixonado: ele começou a organizar, só que fora de campo, dentro de campo não deu certo, sendo rebaixado no estadual em 2021”, recorda.
Janniter explica o ponto de virada entre a saída de Freitas e a chegada do atual presidente, Vilmar Guedes. “Ele terminou o mandato do Anselmo, se elegeu e segue à frente. A visão tem sido completamente diferente na gestão. São dois empresários muito bem-sucedidos e muita coisa que eles aplicaram nas empresas fizeram no clube e a resposta está aí: hoje a gestão do Criciúma é muito boa pela experiência dessas pessoas, diferente do que era há dez anos atrás”, marca quando da última vez do time catarinense na elite nacional.
Para a Série A, o plano de permanência é o sonho catarinense de ter uma boa temporada a nível federal. “Todo mundo sabe a dificuldade que vai ser por conta do alto investimento de outros clubes, inclusive os que vão brigar para permanecer. Dentro de campo, no (Campeonato) Catarinense, a resposta está sendo positiva, está dentro do que se imaginava. Apesar de em alguns jogos não ter ido bem. Acho que faltaram algumas contratações e entre as já feitas, algumas são questionáveis”, se preocupa.
Para o relator, este plano careceu de atletas ainda mais capazes de viabilizar a manutenção de categoria. “O Criciúma deveria ter ido mais forte no mercado pensando na Série A. Faltou agressividade. O estadual é muito fraco e também é deficitário. Por conta de uma janela ainda por vir, poderia ter sido mais forte. A gente sabe que a diferença é grande, apesar do Brasiliense ser de um dono e também tem um bom investimento. Não coloco o Criciúma como muito favorito”, desconfia.
“O Brasiliense é um time que tem história, já foi finalista da Copa do Brasil, que já jogou a Série A, tem experiência em Série B. Dentro do campo, o Criciúma pode vencer tranquilamente, mas não vejo isso. Até porque como a gente viu contra o Operário-MT, o Criciúma ficou devendo muito: foi um 0 x 0 muito ruim. Se fosse um time tecnicamente melhor, era possível nem passar. Acho que vai ser diferente com o Brasiliense”, imagina. O Jacaré, por sua vez, não usou do critério de vantagem pelo ranking da CBF e eliminou o Itabaiana em Sergipe por 1 x 0.
Campeão da primeira edição da Copa do Brasil, com Felipão como técnico, em 1989, o Tigre está marcado em uma história passada e dedicada aos mais modestos no torneio. “Depois dessa mudança de formato onde os times da Libertadores e campeão da Copa Verde, Série B e Copa do Nordeste entram, deixaram a Copa do Brasil mais sem surpresa. Não vamos ver mais times médios e pequenos chegando sequer a uma decisão. Não vai ter mais Criciúma campeão, Paulista, Santo André, Juventude, mesmo o Figueirense finalista como em 2007. Depende de quem for pegar, se classificar”, calcula Janniter.
Esperança do estado, o Carvoeiro vem de um trabalho de longo prazo em uma praça local com cenário preocupante. “É um time de uma base desde 2021 e com o trabalho do (técnico Cláudio) Tencati em 2022, além do feito dentro e fora de campo. Hoje tem fila de espera para sócios, já são 18 mil. Esperamos que tenha sucesso e isso traga os demais. É o ano do centenário do estadual e há tantos problemas, de notas oficiais e tudo mais. Dá para fazer um livro”, brinca.
Como vai formar o Criciúma?
A única dúvida está relacionada ao bem-estar do meia Barreto, por disposição física. Uma alternativa seria o improviso de Claudinho no meio e a entrada de Jonathan na lateral direita. “O Criciúma já está aí, treina no CT do Gama (Ninho do Periquito) agora à tarde. Deve ir a campo com Gustavo; Claudinho, Rodrigo, Wilker Ángel – que é o venezuelano convocado para os amistosos – e Marcelo Hermes; Barreto, Eliédson, Fellipe Mateus e Marquinhos Gabriel; Felipe Viseu e Éder”, finaliza o narrador.
“Vamos jogar com equilíbrio por ser um jogo de mata (único), temos que ficar espertos nesse sentido de dar brechas para o adversário, mas acredito que seja uma postura até mais ofensiva do que na primeira fase”, diz o volante Barreto, em prévia. O Tigre também está envolvido nas quartas de final do estadual: decide no fim de semana em casa, no Heriberto Hülse, contra o Hercílio Luz, após empate na ida por um gol.
Em contrapartida, o Brasiliense deve usar titulares antes da ida das semis do Candangão, contra o Capital. Assim, Vilson Tadei deve mandar a campo: Ravel; Caetano, Gustavo Henrique, Igor Morais e Júlio Lima; Aldo, Tarta e Gustavo Lila; João Santos, Tobinha e Luquinhas (ou Joãozinho).
Os ingressos para o jogo serão vendidos na bilheteria móvel fora do estádio, instantes antes do jogo, com valor único de R$5. O laudo recebido pelo mandante na semana passada permite torcida visitante, assim como no confronto das oitavas de final da Copa Verde, contra o Ceilândia.